Ele 4ind4 v4i te procur4r

Ele ainda vai te procurar. Mas quando isso acontecer, eu espero que você se lembre dos motivos que te fizeram ir embora. Espero que você se lembre daquela vez em que foi dormir lá para as quatro da manhã pensando na briga que tiveram. Ou daquela vez que teve que engolir o choro para disfarçar felicidade.

Espero que você se lembre de quando viajou por horas para vê-lo somente para brigar depois. Espero que você se lembre que ele te fez sofrer e que não dê mais uma oportunidade para que faça outra vez.

Espero que você se lembre de todas as chances que deu e de que ele desperdiçou todas elas. Ainda que ele soubesse que aquelas atitudes te machucavam, ele escolheu fazer.

Espero que você perceba que não importa quantas chances você dê, ele não vai mudar. Se ele quisesse mudar, já tinha mudado. É que ele já não se importa. Se ele se importasse, você saberia. Você sentiria. E quando a pessoa não se importa, você pode dar um milhão de chances que ela vai arrumar um milhão de jeitos novos de te fazer sofrer. Entenda isso de uma vez por todas.

E, olha, quando ele vier te procurar, eu espero de verdade que você se lembre do quanto é incrível, único e merecedor. É, você merece coisas boas.

Merece viver experiências sensacionais, sentir frio na barriga e o coração palpitando outra vez. Você merece o mundo, felicidade e paz. E acredite em mim: ele não vai te trazer isso.

Eu sei. Você vai pensar: “Ah, mas dessa vez pode ser diferente. Ele deve ter mudado.”. Não mudou e não vai mudar. Quem tem que mudar mesmo é você. Que tal começar não aceitando de volta quem mais te machucou do que te fez feliz?

Observe as 4titudes

O segredo é prestar atenção nas atitudes das pessoas.

Dizer qualquer um diz. As palavras podem ser usadas e manipuladas para atender contextos ou desejos passageiros. Mas o detalhe se esconde no que não é dito. É o que, depois das palavras, faz a diferença.

Falar por falar é fácil. O querer é sobre agir. O amor é sobre ação. Palavras podem ser a intenção, mas só a intenção nas basta.

Quando você cresce, aprende a ler o que não foi escrito e segue transparente nos olhos.

Quando você cresce, ninguém mais te engana com qualquer palavra.

Recomeç4r

A vida é um conjunto de possibilidades, de caminhos que se cruzam e descruzam em um percurso que às vezes também vive de paradas. E às vezes é mesmo preciso parar, respirar e descansar.

Mas o que realmente importa não é quando ou onde parou, mas o recomeço da caminhada. Por muito que você tenha sofrido e agora pareça difícil retomar a vida onde você a deixou, esse recomeço é possível. Acredite!

Você pode sentir medo, as pernas podem tremer, mas a vontade de lutar deve prevalecer sempre. Não importa em que altura da vida você parou, e o que aconteceu, o que realmente importa é o que você vai fazer daí para frente. É como você irá agir diante de todo o seu aprendizado passado.

Todas as dificuldades, todos os finais, são oportunidades para recomeçar, para renovar. E enquanto houver vida, esperança e capacidade para lutar, tudo o que você desejar, sonhar, você pode alcançar.

O segredo é nunca desistir! E tudo dará certo como sempre sonhou.

Visão Romântic4 d4 Vid4

A vida é maravilhosa, mas não é romântica.
Passamos sim por desafios, conflitos e problemas.
Há também dor, incômodos e também situações desagradáveis, mas quem disse que isso tira a beleza e a alegria da vida?
TIRA, se você achar que o mundo te deve, que tudo tem que ser como você deseja, e que você (arrogantemente) sabe tanto sobre tudo, que o universo conspira contra sua felicidade.
Além de romântica, essa é uma visão egoísta da vida.
A beleza da vida está em ser, experimentar, crescer e compartilhar!
Enquanto você não tomar consciência de quem você é em essência e das probabilidades que você pode criar com suas escolhas dentro das infinitas possibilidades que te cercam, você irá se condicionar e medir pelo que acontece com você e pelo que te afeta.
Se medirá e condicionará pela forma que te tratam, por aquilo que acredita ter perdido, ou por aquilo que consegue ou não consegue fazer.
A vida é uma experiência maravilhosa, representada pela manifestação de altos e baixos, ou como eu gosto de chamar: sequência de impulsos.
Uma das únicas contantes da vida é que sempre, em uma oportunidade infinita, você pode aprender: por amor ou pela dor.
E lembre-se: amor não faz sofrer, o que faz sofrer é não saber o que é amor.
Ah, e como é dito em um ditado budista: “A dor é inevitável, o sofrimento é opcional!”
Ou seja, só sofre quem carrega uma visão romântica e egoísta da vida, por preferir sobreviver resistindo, do que existir aprendendo! Pense nisso.
🙂

D4t4 Especi4l

Por mais que morrer seja a única certeza que temos na vida, ainda sofremos a cada partida. Tenho minha fé e minha religião, tento entender que a morte não é o fim; mesmo assim, ela dói em mim. A morte me traz o passado, e com ele, meus arrependimentos (as visitas que não fiz e os “eu te amo” que não falei). A morte também me entrega o futuro, com toda sua ausência.

Preciso enfrentar o medo. O medo da espera e do fim; do ceticismo e da solidão. Para encarar esses dias ruins, tranco-me em minha alma. É como se nela tivesse uma casinha bem simples, de uma única janela. Fico sozinho, esquecido, observando a vida passar. Acordo, em meus dias nublados, para observar a existência lá fora: tudo permanece igual, tal como disse Fernando Pessoa: “à hora em que o dia raia, em que a luz estremece a erguer-se, todos os lugares são o mesmo lugar”.

Entendo que, quando meu mundo está triste, tudo continua igual. No ruído da multidão, o viúvo continua a chorar baixinho; o carpinteiro, a pregar a madeira; o menino, a jogar a bola. Da janela da minha alma, compreendo que a vida não espera a dor de ninguém ir embora — bem que seria bom poder parar o tempo!

Sonho com uma espécie de paz incompreendida, uma lucidez alegre. Mas, por enquanto, essa ilusão é um desejo distante. Rubem Alves tinha razão: “a morte é uma saudade sem remédio”. Estremeço. O luto me revela: sou fraco, sou forte. Posso fugir, posso ficar. Quero atravessar grandes mares, quero os pés na areia. Quero pintar poesia. Quero os sentidos, os pensamentos, as palavras. Quero entender Pessoa: “que cada momento não passa nunca, que a flor colhida fica sempre na haste, que o beijo dado é eterno, que na essência e universo das coisas, tudo é alegria e sol; e só no erro e no olhar há dor e dúvida e sombra”.

Olho o passado para chegar ao futuro (assim, sobrevivo ao presente). Lembro de quando brindávamos nas festas e nos dias comuns, quando colhíamos as rosas do jardim da casa, quando cortávamos o bolo de fubá no lanche da tarde. Quando abríamos o ovo de Páscoa e quando esperávamos pelo Natal. Quando contávamos nossas histórias ao redor da mesa, aos domingo, na comunhão em família.

Agora, tenho menos medo da morte. Deixo-a entrar por minha janela, e, juntos, choramos a dor da saudade…

 

Desvend4r

É chegada a hora. A primeira onda da maré alta quebra-se suavemente sobre os meus pés. Não há dor alguma. Há o sol e muita vida pela frente.

Eu procuro, procuro e procuro e ainda não achei todos os porquês, mas alguns deles já consegui desvendar.

Alguns porquês são coisas que acontecem. Sem ilusões, o destino não pode querer ser nada. O destino nada mais é do que um somatório de ações e da falta delas.

Meu coração se acalmou. A certa altura da vida, nossa bagagem de derrotas e vitórias nos torna seletivos para com os nossos próprios tormentos. Para que ficar sofrendo de raiva por causa de um um momento ruim se tenho toda essa estrada pela frente?

Não temos o poder de evitar que alguns porquês nos provoquem, mas podemos escolher entre ter ou não ter esperança. E o resto é aprender e aproveitar a viagem.

Liberd4de

Tive um passarinho quando era criança. Era um canário que mal cabia na palma da minha mão. Alegre, distinto e bonito, o pássaro amarelo cantava o tempo todo. Seu canto pacífico era deliciosamente agradável: parecia uma composição poética e ritmada. A gaiola ficava pendurada na varanda de casa, e o vento que passava levava a melodia para quem estivesse por perto.

Certo dia, fui até a gaiola e chamei pelo passarinho; mas ele não apareceu, como sempre fazia. Tomado por um estranhamento, subi na cadeira para procurá-lo: o canário estava deitado, quieto, imóvel. Chamei pelo meu pai, que examinou o bichinho e, tristemente, me informou que ele havia morrido. Dizem que o canário vive cerca de 10 anos, mas aquele teve uma vida breve.

Já faz muito tempo que o canarinho se foi. Naquela época, eu não sabia nada sobre aves; nem sobre tantas outras coisas, como o amor. Não imaginava que seria impossível viver uma vida sem decepções ou arrependimentos. Que pessoas me desapontariam. Que eu magoaria alguém. Que sentiria remorso por ter sido egoísta, como quando prendi o passarinho que tanto gostava. Que pela necessidade de ter alguém ou pelo medo de ficar só, tentaria prender um companheiro ou um amigo.

Assim, houve um tempo em que resolvi andar sozinho. No decorrer dos anos, entre uma e outra decepção amorosa, meu coração calejado se fechou. Prendi a mim mesmo, como no poema de Charles Bukowski: “há um pássaro azul em meu peito que quer sair, mas sou duro demais com ele, eu digo, fique aí, não deixarei que ninguém o veja”.

É que eu não queria mais sentir frio na barriga, aperto no peito e dores de adeus. Parecia quase impossível encontrar alguém que estivesse disposto ao amor e ao relacionamento — só mais tarde fui descobrir que era eu quem não estava disposto a me entregar. O silêncio após as partidas nunca deixou de tocar a minha alma, como a ausência do canto do meu canário.

Até que um dia, num desses dias em que não se espera da vida nada além do que ela já nos ofereceu, resolvi deixar de ser tão duro comigo mesmo. Não foi fácil, houve um longo processo de paciência e autoconhecimento; mas houve, sobretudo, vontade de voar outra vez. O pássaro em meu peito partiu sem rumo nem expectativas, ele só queria ser livre das minhas dores e inseguranças.

Conheci uma pessoa. Não foi amor à primeira vista, como nos contos de fadas; mas foi paixão da vida real: “você se apaixona quando se desprende da necessidade de ter alguém”. Quando você menos espera, as conversas ao telefone se perdem nas horas, junto com a alegria que chega na proximidade do reencontro; de repente, o tempo em que não houve afeto recíproco se preenche com um sentimento bom. E ao perceber a felicidade explodir dentro do peito, percebe-se que ela é verdadeira porque não tem obrigação.

O amor é um pássaro que não sobrevive em gaiolas. Gaiolas podem ser o ciúme, a insegurança ou o próprio egoísmo. Gaiolas podem ser o medo de amar outra vez; ou pode ser a incompreensão de que amor e liberdade caminham juntos: amamos porque somos livres e temos liberdade porque confiamos no amor.

Há pessoas que têm receio da palavra liberdade; alguns até acreditam que ser livre é individualismo. Talvez, faltam-lhe a compreensão da honestidade de Bukowski, aquela que “não me deixa fingir que sou uma coisa que não sou”. Talvez, faltam-lhes saber que a vida é efêmera, como o canto que inicia e termina antes de que gostaríamos. Mas, com a janela do coração aberta, os pássaros voam; e a pessoa permanece no relacionamento não por estar presa a ele, mas porque é genuíno o seu desejo de ficar.

O tempo p4ssou

O tempo passou,
Achei bom escrever
Ouvir e escutar
Como na vida a gente não leva nada
Decidi mudar e melhorar
Ou simplesmente dar um basta

Sentei e conversei
Demorou um pouco para acontecer
Aonde eu quis chegar?
‘Tô sempre pronto para resolver com você

Passou
Demorou mas passou
O alívio é claro
Sereno nos olhos
Radiante no sorriso
E a paz no espírito.

 

O que construímos por dentro é m4ior do que o mundo que edific4mos por for4

Existem histórias que a gente acha que não passam de lendas criadas no imaginário de alguém que amargava uma tarde tediosa e repassadas ao longo dos anos como verdade. Já ouvi sobre o homem que conseguia correr 300 quilômetros sem parar, sobre a mulher que viveu 172 anos em uma vila da Ásia, sobre crianças superdotadas do Canadá que calculam aritmética antes do quarto aniversário.
 
Até pouco tempo atrás se me contassem sobre um senhor que vive há 20 anos com seu cachorro numa ilha deserta me soaria, apesar de plausível, como mais uma invenção que percorre as bocas e mentes dos que gostam de sacudir a rotina com realidades possíveis somente em universos pitorescos. Mas numa pequena cidade no interior de Portugal peguei um barco que me levou a uma casinha azul, com rede pendurada na porta.
 
Lá estavam seu Alves e o cão Bolinha de rabo abanando, dando cara e contorno para a história que o guia do passeio havia narrado em tom de conversa fiada para entreter turista. A maioria não dá bola e, quando desce do barco, procura logo um lugar para estender a canga e esticar as pernas. Para casa de seu Alves vão alguns jornalistas em busca do personagem emblemático e uns poucos curiosos, como eu.
 
Foram duas horas de conversa entre o “pode entrar” e o “volte sempre”. Cheguei com olhar desconfiado, saí com o coração recarregado. Aquele senhor de 70 ou 80 anos (toda essa margem de erro porque me pareceu irrelevante conferir quantas décadas o levaram até ali) falou comigo com a doçura de um avô e a firmeza de um pai. Desejou que eu seguisse meus sonhos estruturado na essência que me move e puxou minha orelha por estar tão longe de casa apenas com minha mochila como companhia.
 
A pergunta clichê não faltou. Eu o questionei se precisava lidar com a solidão, apesar de ter Bolinha o acariciando com o focinho. A resposta veio carregada de obviedades que minha petulância urbana me leva a esquecer. “Não importa o que você tenha, onde esteja ou até com quem esteja. Importa quem você é e como se sente com o que se tornou”, disse ele com uma simplicidade que não deixava a frase parecer tirada de um folhetim barato de autoajuda.
 
Era a sabedoria de quem entende que ter basicamente árvores e barcos por perto não é mais solitário que flertar com arranha-céus durante horas de tráfego lento. Mencionou com orgulho que o coração está em dia, enquanto conhecidos da capital se amparam em comprimidos para estresse e tristeza. Desconstruindo a ilusão de que homens da natureza não possuem agruras, falou sobre a mulher que mora na cidade por precisar de cuidados médicos e da falta que sente dela. Quando saiu da ilha para ficar ao seu lado teve a casa saqueada e resolveu voltar para a pesca, as estrelas em céu limpo e a saudade amenizada por visitas mensais.
 
Escancarou a escolha sem medo de ser julgado, revelando que em Nova York ou em mares distantes, todos passam por dilemas. Ele encontrou o meio termo que lhe pareceu mais próximo da felicidade. Discorremos sobre angústias e alegrias, anseios e realizações, medo da liberdade e também da falta dela. Ficou claro como as inquietações são humanas e não categorizadas por território ou saldo bancário. No fim, estamos todos procurando mais ou menos as mesmas coisas. Numa sala de cinema, num colo amigo, numa panela de doces, num avião para longe, num festival eletrônico, no quarto da mãe, nos braços do pai, na igreja lotada ou numa ilha deserta.
 
Pode ser que o oceano e o vinho do Porto que seu Alves me ofereceu fizeram-me encarar aquela conversa como mágica. Talvez realmente fosse, por colocar frente a frente dois estranhos dispostos a ouvir e falar sem atropelos, inebriados pela pretensão de decodificar o que leva à paz. Não conseguimos. De comum acordo, só a convicção de que ter a quem amar cauteriza solidão. Ser amado também. Ainda assim, garantido nada é… em lugar algum. Mas ao pegar o caminho de volta pensei nos que sofrem por sentirem-se perdidos na multidão, enquanto aquele senhor estampava tranquilidade em ter a si próprio como bom parceiro. Pensei no poder do mundo construído por dentro, maior que o do mundo edificado do lado de fora.

Intensid4de

Um dia vai aparecer alguém que chegue perto da perfeição na sua vida. Alguém que você tem a convicção de ser a parceria perfeita. Pode ser que esse alguém se encante por você. Se apaixone com todas as forças e queira fazer o possível para te ter por perto. Mas a química não rolou, o momento não ajudou, o seu coração estava ocupado demais e o despertar para aquele amor não aconteceu por algum outro motivo que pouca gente sabe explicar, nem eu.

A única coisa que eu posso dizer é: Não se culpe. Essas coisas acontecem o tempo todo. Eu, por exemplo, já estive dos dois lados e te garanto que a melhor coisa a fazer é ser honesto com o seu sentimento. É saber que qualquer ato generoso pode despertar esperança. Que você pode até tentar fazer dar certo, mas precisa ter disposição para colocar o ponto final quando as tentativas se esgotarem.

Tem um ditado que diz que ‘ninguém perde por dar amor, perde quem não sabe receber’, mas esqueça isso. Você não vai perder nada, pois ninguém merece ficar ao lado de alguém que não quer nada com ninguém.

E quando tudo se ajeitar, quando o quebra cabeça estiver montado para cada um, vocês vão entender que não era pra ser. Que vocês precisavam passar por aquilo. Só aproveite o amor que lhe oferecerem dessa forma para prestar atenção nos detalhes. O cuidado de quem ama a gente, ainda que esse amor não seja recíproco, é a escola do tempo nos mostrando o que realmente merecemos. Independente de quem seja o nosso parceiro ou parceira, todos nós merecemos ser bem tratados.

Atenção, carinho, comprometimento e companheirismo, ainda que sejam ao modo de cada personalidade, são as flores nas mãos de quem ama de verdade.